Alimento & SaúdePensando alto
Professor Cláudio Lima
claudiolima@opovo.com.br 18/09/2010 17:00
Durante a semana que passou estive no estado de São Paulo para participar de algumas atividades relacionadas à higiene de alimentos.
Entre as atividades, fui até a capital paulista para participar, a convite da Prefeitura de São Paulo, do I Simpósio sobre Pescado de São Paulo no Mercado Municipal Paulistano – Simpesp. O evento teve início no último dia 13 e vai até a próxima quarta-feira, dia 22 de setembro.
O evento, realizado no grande Mercado Municipal de São Paulo, é uma inciativa da Prefeitura da cidade, através da Supervisão Geral de Abastecimento (Abast), com o apoio e interesse, claro, dos permissionários do mercado.
Então, procurei saber mais sobre como se dava a supervisão do famoso Mercado Municipal Paulistano e descobri que a Supervisão de Mercados e Sacolões é um setor que conta com uma equipe multidisciplinar (dois médicos veterinários, uma nutricionista, um biólogo e vários estagiários) que é responsável pela fiscalização higiênico-sanitária dos boxes que se encontram, não somente neste mercado, mas nos outros 15 mercados municipais e nas 17 unidades de sacolões da cidade.
Essa fiscalização é independente da ação da Vigilância Sanitária do município de São Paulo. É preventiva.
Além da fiscalização higiênico-sanitária dos boxes, a Abast dá orientação aos permissionários desses boxes no que se refere à qualidade e segurança dos alimentos e realizam cursos para a melhoria do atendimento e da manipulação de alimentos.
O objetivo é disseminar informação e promoção da qualidade em todos os segmentos, sejam permissionários, fornecedores, funcionários, profissionais, estudantes do setor alimentício e consumidores.
O Simpesp, portanto, é um desses eventos criados pela Prefeitura de São Paulo para debater tudo o que envolve a cadeia do pescado. Mas o mais interessante do Simpesp é que ele acontece dentro do mercado.
Voltando para a nossa realidade, durante o voo de volta, fiquei imaginando o nosso famoso Mercado São Sebastião, que é muito menor, porém, abandonado pelo poder público.
Quem conhece o São Sebastião, principalmente o setor de carnes e pescado, sabe que ele é um verdadeiro atentado à saúde pública. Carnes expostas à temperatura ambiente e às pragas - moscas, baratas.
Utensílios de madeira sobre os quais são cortadas as carnes e o pescado – verdadeiros troncos de árvores, cepos.
Facas, serras e equipamentos enferrujados, sujos e danificados. Falta de revestimento adequado nas paredes dos boxes. Uniforme para manipuladores de alimentos inexiste. Nem Touca? Não. Vou parar por aqui. Não adianta eu descrever o circo do terror.
Por que a prefeitura de São Paulo se preocupa em cuidar do seu aparelho público, dos permissionários dos mercados, da saúde das pessoas que compram os alimentos e a prefeitura de Fortaleza abandona o mercado São Sebastião?
Pensar alto não é fazer reflexões durante um voo. Pensar alto é pensar que podemos atingir objetivos sempre maiores. Principalmente quando se está em jogo a saúde da população.
Cláudio Lima é engenheiro de alimentos do Instituto Centec, especialista em alimentos e saúde pública, mestre em tecnologia de alimentos, autor de três livros na área de higiene e qualidade de alimentos.claudiolima@opovo.com.br
claudiolima@opovo.com.br 18/09/2010 17:00
Durante a semana que passou estive no estado de São Paulo para participar de algumas atividades relacionadas à higiene de alimentos.
Entre as atividades, fui até a capital paulista para participar, a convite da Prefeitura de São Paulo, do I Simpósio sobre Pescado de São Paulo no Mercado Municipal Paulistano – Simpesp. O evento teve início no último dia 13 e vai até a próxima quarta-feira, dia 22 de setembro.
Essa fiscalização é independente da ação da Vigilância Sanitária do município de São Paulo. É preventiva.
Além da fiscalização higiênico-sanitária dos boxes, a Abast dá orientação aos permissionários desses boxes no que se refere à qualidade e segurança dos alimentos e realizam cursos para a melhoria do atendimento e da manipulação de alimentos.
O objetivo é disseminar informação e promoção da qualidade em todos os segmentos, sejam permissionários, fornecedores, funcionários, profissionais, estudantes do setor alimentício e consumidores.
Cláudio Lima é engenheiro de alimentos do Instituto Centec, especialista em alimentos e saúde pública, mestre em tecnologia de alimentos, autor de três livros na área de higiene e qualidade de alimentos.claudiolima@opovo.com.br