
Artigo retirado da minha coluna (Alimento &Saúde) do jornal O Povo, Cardero Ciência & Saúde.Publicada quinzenalmente.
Sempre tratando de assuntos relacionados ao tema alimentos e visando a saúde dos consumidores, este espaço visa, dentre outras coisas, apontar erros e soluções na aquisição, na recepção, no manuseio, na estocagem, no processamento ou beneficiamento, como também, e principalmente, na hora de guardar e consumir os alimentos em casa ou na rua. O momento da comercialização também é muito importante, uma vez que determinados produtos necessitam ser vendidos, por exemplo, sob refrigeração e isso requer alguns cuidados, principalmente com a manutenção uniforme do grau de temperatura a que o alimento fica exposto. Hoje em dia, por causa da alta concorrência de mercado e do aumento do grau de exigência por parte dos consumidores, as indústrias alimentícias investem pesado em tecnologias de ponta, equipamentos modernos, mão-de-obra altamente qualificada com a contratação de profissionais especializados no ramo, como engenheiros de alimentos, tecnólogos de alimentos e nutricionista. Para que o produto acabado saia perfeito no que tange às características de qualidade, como sabor, aroma, textura, quantidade de fibras, por exemplo, e também livre de contaminantes físicos, químicos ou biológicos, como no caso de bactérias e fungos patogênicos, se faz necessário, além de todo o investimento citado anteriormente por parte da indústria, uma fiscalização rigorosa por parte dos órgãos de saúde responsável, como a Vigilância Sanitária e, no caso das polpas de frutas, também do Ministério da Agricultura. Além disso tudo, é claro, o consumidor é quem dá a palavra final com relação ao quesito qualidade. Eu citei as polpas de frutas, pois, em pesquisa publicada recentemente foram apontadas que "alguma marcas de polpas de frutas" estavam contaminadas. Acho que pesquisas neste sentindo devem ocorrer sempre, pois acabam por se tornar um instrumento de defesa para os consumidores. Porém, considero uma tremenda injustiça não citar as marcas das polpas que estavam contaminadas, justamente, porque, como falei anteriormente, muitas empresas investem pesado em qualidade e se preocupam realmente com seus consumidores, pois enxergam que isso é essencial para a sobrevivência das suas marcas. Não apontar as marcas contaminadas é deixar uma pulga atrás da orelha dos consumidores, que no momento de suas compras preferem não levar nenhuma marca, por não saber quais delas estão contaminadas. Isso, além de ser uma injustiça com quem trabalha correto, acaba por diminuir as vendas e gerar desemprego nessas mesmas empresas. Outro ponto que deve ser destacado é que os órgãos legalmente responsáveis por fiscalizar estas empresas de polpa são co-participantes do processo, ou sejam, eles também têm a obrigação de fiscalizar, orientar e punir os infratores na forma da lei. Como profissional do ramo, conheço uma empresa de polpa de frutas, aqui mesmo de Fortaleza, que é "brinco" nos quesitos de Boas Práticas de Fabricação de Alimentos (BPF) e que qualquer consumidor que fosse visitar as instalações também sairia de lá satisfeito e admirado com a seriedade do trabalho.
Cláudio Lima é engenheiro de alimentos do Instituto Centec, especialista em alimentos e saúde pública, mestre em tecnologia de alimentos e autor de três livros na área de higiene e qualidade de alimentos.
Dicas 1 - Pegar o produto congelado (pedrado).
2 - Observar a coloração de acordo com a fruta (acerola, por exemplo, tem um vermelho acentuado. Existem polpas de acerola que parecem ter cor de cenoura, ou por adição de água, ou por usar acerolas já velhas na produção).
3 - O rótulo tem que ter o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF).
4 - Tente se informar sobre a empresa na vigilância sanitária e o Ministério da Agricultura.
Para ler no próprio Jornal
FIQUE DE OLHO NA SAÚDE
Nenhum comentário:
Postar um comentário