Alimento e Saúde
Tilápia ou Sardinha?
Professor Cláudio Lima
13 Mar 2010 - 17h17min
13 Mar 2010 - 17h17min
A tilápia, que é originária da África, chegou ao Brasil e se transformou num peixe bastante consumido e difundido em todo o país. Contudo, analisando a tilápia do ponto de vista nutricional, não podemos deixar de destacar que o peixe pode trazer problemas para um grupo de pessoas que são acometidas por doenças do coração, artrite, asma e outras doenças alérgicas e autoimunes, que são vulneráveis à resposta inflamatória. Esta inflamação causa danos aos vasos sanguíneos, coração, pulmões, tecidos das articulações, pele e ao trato digestivo. Mas por que a tilápia não deve ser consumida por esse grupo de pessoas? Porque a tilápia tem níveis muito baixos de omega-3 (que é uma gordura benéfica) e o que é muito pior, elevados níveis de ácido graxo omega-6, uma gordura que pode ser prejudicial dependendo da quantidade ingerida.
Segundo Suarez-Mahecha, em geral, considera-se que peixes cultivados em água doce contêm menor quantidade de ácidos graxos da série ômega-3 e maior quantidade de ácidos graxos da série ômega-6. A tilápia criada em cativeiro não é diferente. Tem níveis prejudiciais de ômega-6 que podem ser até 80% maiores do que os níveis encontrados em um hambúrguer ou uma porção de bacon.
Segundo uma pesquisa realizada pela Wake Forest University School of Medicine, nos Estados Unidos, o potencial inflamatório do hambúrguer e do toucinho é mais baixo do que uma porção de tilápia. Para indivíduos que comem peixe, por recomendação médica, para controlar doenças inflamatórias, existe uma excelente opção: a sardinha. Ela é rica em ômega-3 mesmo na forma enlatada. Talvez pelo baixo custo quando comparada aos peixes famosos e ricos em ômega-3, como o salmão, é deixada de lado.
Muitos consideram a sardinha um peixe de segunda categoria, ou mesmo, comida de pobre. Essas pessoas não sabem que a sardinha pode ser uma excelente opção para quem quer se alimentar de uma fonte de proteína que traga também uma boa quantidade de elementos promotores de saúde. Ao comprar sardinhas observe se a carne está firme e se os olhos estão brilhantes e claros. Observe se está com odor de ranço (não é normal).
Chegando em casa enxágue as sardinhas e envolva-as em papel absorvente umedecido. Guarde-as na parte mais fria do refrigerador. Para aproveitar o ômega-3 contido na sardinha, caso você não a encontre na forma fresca, você pode adquiri-la enlatada, porém, vai uma dica: prefira sempre a sardinha na versão de molho de tomate, pois, a conservada em óleo, também é rica em ômega-6. Portanto, fica o alerta para as pessoas que precisam de uma dieta rica em ômega-3 e pobre em ômega-6, retirarem a tilápia da sua lista de compras.
>> Cláudio Lima é engenheiro de alimentos do Instituto Centec, especialista em alimentos e saúde pública, mestre em tecnologia de alimentos, autor de três livros na área de higiene e qualidade de alimentos.claudiolima@opovo.com.br
Segundo Suarez-Mahecha, em geral, considera-se que peixes cultivados em água doce contêm menor quantidade de ácidos graxos da série ômega-3 e maior quantidade de ácidos graxos da série ômega-6. A tilápia criada em cativeiro não é diferente. Tem níveis prejudiciais de ômega-6 que podem ser até 80% maiores do que os níveis encontrados em um hambúrguer ou uma porção de bacon.
Segundo uma pesquisa realizada pela Wake Forest University School of Medicine, nos Estados Unidos, o potencial inflamatório do hambúrguer e do toucinho é mais baixo do que uma porção de tilápia. Para indivíduos que comem peixe, por recomendação médica, para controlar doenças inflamatórias, existe uma excelente opção: a sardinha. Ela é rica em ômega-3 mesmo na forma enlatada. Talvez pelo baixo custo quando comparada aos peixes famosos e ricos em ômega-3, como o salmão, é deixada de lado.
Muitos consideram a sardinha um peixe de segunda categoria, ou mesmo, comida de pobre. Essas pessoas não sabem que a sardinha pode ser uma excelente opção para quem quer se alimentar de uma fonte de proteína que traga também uma boa quantidade de elementos promotores de saúde. Ao comprar sardinhas observe se a carne está firme e se os olhos estão brilhantes e claros. Observe se está com odor de ranço (não é normal).
Chegando em casa enxágue as sardinhas e envolva-as em papel absorvente umedecido. Guarde-as na parte mais fria do refrigerador. Para aproveitar o ômega-3 contido na sardinha, caso você não a encontre na forma fresca, você pode adquiri-la enlatada, porém, vai uma dica: prefira sempre a sardinha na versão de molho de tomate, pois, a conservada em óleo, também é rica em ômega-6. Portanto, fica o alerta para as pessoas que precisam de uma dieta rica em ômega-3 e pobre em ômega-6, retirarem a tilápia da sua lista de compras.
>> Cláudio Lima é engenheiro de alimentos do Instituto Centec, especialista em alimentos e saúde pública, mestre em tecnologia de alimentos, autor de três livros na área de higiene e qualidade de alimentos.claudiolima@opovo.com.br