Jornal O Povo - Caderno Ciência & Saúde - Coluna Alimento & Saúde - 26 de julho de 2009
O lugar conhecido como Centro das Tapioqueiras, no bairro da Paupina, em Fortaleza, é um muito legal e frequentado por todas as classes sociais. A ideia de reunir todos aqueles comerciantes que sabem fazer como poucos a tapioca foi, sem dúvida, uma grande sacada. No Centro das Tapioqueiras, além da tradicional tapioca servida com leite de coco e acompanhada com café ou cajuína, o freguês pode saborear tapiocas recheadas com carne moída, frango, camarão ou carne-de-sol. Também pode provar tapiocas preparadas com recheios doces como o de banana assada, goiabada, leite condensado ou chocolate. São dezenas de combinações diferentes. Tem tapioca pra todo gosto. O local é agradável e bastante ventilado onde se pode reunir a família ou amigos para bater um papo saboreando a iguaria logo cedinho no café da manhã ou no lanche do fim de tarde. Além de tudo, o local possui estacionamento gratuito e fica às margens da CE-040, sendo parada obrigatória para os turistas que vão ou retornam das praias do Litoral Leste do estado. Contudo é necessário que sejam feitas ali melhorias, tanto na estrutura física, como na capacitação dos funcionários que manipulam os alimentos. Os banheiros precisam ser melhorados para um maior conforto dos clientes.Muitas vezes falta sabão para higienizar as mãos e, da última vez, que estive lá, estava faltando água. As torneiras e as portas dos sanitários também estavam danificadas. Perto do estacionamento principal, há um local que exala um odor desagradável. Pelo que fui informado, ali não há saneamento e, portanto, esse odor certamente é oriundo da fossa. O local não possui água da companhia de saneamento por isso está sendo utilizado um poço profundo. Acho que o Estado ou a Prefeitura deveriam dar suporte ao local por se tratar de um ponto turístico extremamente visitado. Em alguns dos quiosques dá para perceber uma certa organização, um certo cuidado. Mas é necessário que haja uma ação mais forte no quesito higiene pois o local é aberto. Já presenciei manipuladores de barba, sem usar touca, usando anéis e sem se preocupar com a proteção dos utensílios utilizados no preparo dos alimentos. É comum a presença de animais como cães e gatos rondando as mesas e entrando nas cozinhas. Acredito que o Governo ou a Prefeitura tenha condições de colaborar para a melhoria estrutural, bem como de oferecer treinamento regular com reciclagem anual ou a cada seis meses para mantermos um bom nível de qualidade. Fortaleza é um dos principais destinos turísticos do país, mas ainda deixa muito a desejar nos quesitos atendimento e higiene, por parte dos estabelecimentos que produzem e comercializam alimentos. Precisamos cuidar melhor do que é nosso, tratar melhor os nossos visitantes e para isso precisamos oferecer melhores serviços além de capacitar a nossa gente. De que adianta grandes obras como um aquário e um mega centro de eventos se não conseguirmos produzir uma simples tapioca para o turista comer com segurança?
Cláudio Lima é engenheiro de alimentos do Instituto Centec, especialista em alimentos e saúde pública, mestre em tecnologia de alimentos, autor de três livros na área de higiene e qualidade de alimentos. claudiolima@opovo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário